segunda-feira, 26 de março de 2012

Novo sistema de informação vai impulsionar a oferta de crédito no Brasil, diz Tombini

SÃO PAULO - A nova fase do SCR (Sistema de Informações de Crédito), anunciada pelo Banco Central, deverá impulsionar a oferta de crédito no Brasil, conforme avalia o presidente do BC, Alexandre Tombini. A perspectiva é que o sistema também contribua para a redução do spread bancário (diferença do custo do dinheiro captado e ofertado pelas instituições financeiras), sobretudo nos segmentos de menor renda e microempresas.

Nesta sexta-feira (23), ao discursar sobre o lançamento da ampliação do SCR, Tombini pontuou que a ferramenta vai permitir o crescimento sustentável e robusto da oferta de crédito no País. Ao oferecer mais detalhes das operações de crédito e identificar clientes com operações totais iguais ou superiores a R$ 1 mil (antes só eram identificados clientes com operações acima de R$ 5 mil), a cobertura do sistema de crédito no Brasil vai chegar a 96%.

Melhor análise de risco
Essa ampla cobertura vai permitir um melhor conhecimento do sistema financeiro brasileiro, auxiliando na formulação de políticas prudenciais e creditícias, conforme explicou Tombini. O maior conhecimento do mercado de crédito vai permitir que as instituições financeiras possam fazer uma análise melhor do risco de crédito.

Tombini explicou que a nova fase do sistema é essencial para ampliar o conjunto de informações do segmento de crédito, o qual ele considera como o mais importante do sistema financeiro nacional. Essa relevância se deve, sobretudo, ao fato de o crédito bancário ter correspondido, em 2011, por quase metade do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiros (49,1%), tendo crescido de 2009 a 2011 a uma taxa anual de 18,3%.

Em 2005, por exemplo, o segmento de crédito representava 28,3% do PIB. A expansão desse segmento reflete alguns elementos, conforme pontua o presidente do BC. Em primeiro lugar, o mercado de trabalho bastante robusto, com a contínua geração de empregos formais. Além disso, destacam-se o crescimento do rendimento real do trabalhador e da massa salarial, a estabilidade macroeconômica e as políticas de inclusão social e financeira adotadas pelo governo.

Para que o forte crescimento do crédito continue, porém, torna-se necessário o aperfeiçoamento de normas e de instrumentos, disse Tombini, “para assegurar a expansão segura e eficiente do mercado de crédito”. Com o novo sistema, serão 155 milhões de novas operações individualmente identificadas. Dessas, 93% são de pessoas físicas.

Crescimento da economia brasileira
Tombini também revelou algumas previsões do Banco Central sobre a economia brasileira. “O ritmo de atividade econômica irá se acelerar nesse ano”, pontuou. O crescimento em 2012 será superior ao observado em 2011. Para 2013, a economia deverá mostrar desempenho ainda melhor do que em 2012.

O crescimento deverá ser sustentado pela demanda interna e por conta das políticas macroeconômicas adotadas em 2011. O crescimento da economia mundial, por outro lado, deverá permanecer em patamares relativamente baixos. Em sua análise, Tombini também explicou que os Bancos Centrais das economias avançadas estão adotando políticas monetárias expansionistas, o que contribuiu para a redução da aversão ao risco financeiro mundial.

Haverá, porém, um período de baixo crescimento mundial, em relação à média histórica


Enviado por Igor da Silva de Deus

Nenhum comentário:

Postar um comentário